quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Poucas e Boas


Poucas coisas são tão boas como bolo macio que esfarela na mordida, frutas azedinhas, acariciar com as mãos as curvas do corpo de alguém, ou ter as mãos de alguém acariciando as curvas do nosso corpo, ler um livro que dá vontade de parar toda hora pra ligar pra alguém e comentar o que acabou de ler, mas não conseguir parar a leitura, beber um bom vinho ouvindo uma boa música com um bom grupo de amigos e um bom e enfumaçado papo, deixar na areia da praia, com um sol gostoso na pele, pra escrever ou desenhar ouvindo o barulho do mar, conhecer alguma pessoa nova e sentir aquele frio na barriga de quanto a gente tem quase certeza de que a pessoa também tá querendo, tomar banho de cachoeira, escorregar no limo e cair dentro da água sem se ralar, levantar uma criança pequena e ver ela rindo de gargalhar, brincar de correr com cachorros em um pasto muito grande, descer ladeira de bicicleta, ver São Paulo ou Brasilia (ou Feu Rosa ♥) de noite da janela do avião, encontrar aquela pessoa on-line, na hora que você já tinha desistido e ia desconectar, aprender uma música nova e boa no violão, comer cogumelo, o encontro de duas línguas famintas, o encontro de uma língua faminta com um corpo apetitoso, um abraço apertado, uma partida de xadrez que, independente do final, faz vibrarem os dois jogadores e as pessoas que pararam pra assistir, atraídas pela emoção disfarçada de monotonia, mordida no pescoço, entrar em um quarto cheio até o teto de balões de ar cheios. E aí a gente pensa bem e vê que, na verdade, muitas coisas na vida são boas.

beijinhos de maracujá

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