quarta-feira, 23 de abril de 2014

Poema de um feriado


Se o amor
É brincar
Tão sério,
Nosso amor
É puro
Mistério...

A pergunta
Que não quer
Calar:
Por que o amor
Nos escolheu
Pra seu lugar?

beijinhos de maracujá!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sete apontamentos para a construção de uma sociedade democrática


1 - Cada pessoa deve ter poder de gestão sobre a sua própria vida e sobre todas as esferas determinantes de sua vida, desde sua própria vida e casa até toda a espécie humana e todo o planeta Terra, passando por sua vizinhança, sua quadra, sua rua, seu bairro, seu município, sua escola ou faculdade, seu local de trabalho, a unidade de saúde de seu bairro, as escolas do bairro onde mora, os demais serviços públicos de que faz uso, seu estado, seu país, seu continente, o sistema de transporte da cidade e região onde mora. Tudo o que é voltado para o atendimento de interesses coletivos, ou que a população decidir que deve se voltar a tais interesses, deve ser submetido ao poder deliberatório de todas as pessoas do planeta;

2 - O espaço de mediação deste poder de cada pessoa deve ser um ou mais grupos de que essa pessoa faz parte, seja em seu bairro, local de estudo, de trabalho, nos serviços que faz uso, etc. A gestão de todos os âmbitos da vida deve ser uma gestão coletiva, pautada no fraterno debate em que a coletividade consiga produzir sínteses das posições individuais, respeitando as divergências, mas buscando saídas coletivas na formulação de posições e processos;

3 - Esses diversos grupos, com caráter de mediação entre as várias posições individuais, precisam se articular através de redes, compartilhando as informações produzidas por cada grupo, que sintetizem as posições das pessoas que lhes compõem, para que possamos ter saldos das posições de todo o tecido social. Esse nível de organização precisa garantir o máximo possível de decisão democrática e construída coletivamente, com o mínimo possível de burocratização. Isso implica em formas criativas de promover debates e de deliberar posicionamentos e ações;

4 - A articulação desses grupos precisa ser coordenada por alguma instãncia. No entanto, isso precisa ocorrer de uma maneira que não gere cargos privilegiados a ser ocupados por uma elite dirigente. Por isso, cada grupo ou conjunto de grupos deve escolher, periodicamente, alguém que fique com a tarefa de ajudar na síntese de informações produzidas pelos grupos, nos diversos níveis, e fazer com que essas informações voltem para os grupos, e que seus efeitos nos grupos voltem para as instâncias. A atuação desses cargos precisa ser fraternamente monitorada dentro dos grupos, buscando que eles sirvam aos grupos, e não os grupos a eles;

5 - Periodicamente devem ocorrer grandes plenárias, tratando de temas centrais, relevantes para um grande contingente populacional, temáticas gerais ou específicas, mas que tenham respaldo em muitos grupos. O objetivo é de ser um espaço inclusive para encontro presencial entre vários grupos, e troca de experiência entre eles. Fundamental, porém, que esse espaço seja um fruto da experiência cotidiana de democracia real nos vários grupos, e que contribua para que essa perspectiva avance.

6 - É fundamental que essas pessoas organizadas em grupo se sintam à vontade para participar deste sistema decisório. Para isso, precisamos superar o formato tradicional de política de nossa sociedade, em que faz-se da política algo chato, que não temos interesse em nos envolver, e delegamos para alguns poucos iluminados tal poder. A política deve se tornar algo prazeroso, não apagando a seriedade e importância de sua execução (mesmo que não prazerosa), e sim trazendo elementos que conquistem as pessoas para a perspectiva de inserir cada vez mais no cotidiano de toda a humanidade a prática do debate coletivo e da decisão que atenda ás várias sensibilidades sociais, num projeto de emancipação social.

7 - Precisa haver constantes espaços, escolares e não-escolares, de formação de todas e todos para as práticas democráticas. É preciso dar condição para que as pessoas participem da gestão das suas vidas, como quadros políticos são formados por algumas organizações militantes. Mas essa formação deve ser para toda a população. Uma certa perspectiva desses espaços de formação deve estar ligada à formação humana desde os primeiros meses de vida, até a inserção na vida escolar, com o hábito de inserir todas e todos nos processos decisórios independente de idade.

beijinhos de maracujá!

sábado, 19 de abril de 2014

O que leva alguns estudantes a virarem capachos da reitoria? (parte I)


Esse texto é uma primeira aproximação com um tema muito sério para todas e todos que vivem o cotidiano da universidade, em especial para quem é estudante. O fenômeno que o movimento sindical brasileiro chama de "peleguismo" também existe no movimento estudantil, e o blog Artifício Socialista quer contribuir para este debate.

PELEGO é uma espécie de pano ou tapete cuja função é forrar a pele de um animal de montaria, sob a cela, para amortecer o impacto da pessoa que monta no lombo do animal. No movimento sindical da era Vargas, quando o governo buscava acompanhar de perto a dinâmica da organização trabalhista, entendê-la e cooptar este movimento, colocando dentro dos sindicatos pessoas sem compromisso com os interesses dos trabalhadores, e sim com os interesses dos patrões e do governo, foi criado pelo sindicalismo de esquerda, combativo e a serviço dos interesses da classe trabalhadora, esse segundo sentido do termo PELEGO: o sindicalista que fica entre o lombo do trabalhador e a bunda do patrão, amaciando, facilitando pro patrão manter seu lucro, e o trabalhador se manter na sua situação de explorado.

Isso também existe no movimento estudantil. Por exemplo, na UFES, onde eu estudo (apenas até agosto, se Deus quiser), tem muito pelego dentro do DCE. Uma galera que fecha com a reitoria, uma galera que fecha com o governo federal. O projeto educacional aplicado hoje no Brasil é claramente pra dar espaço pra estratégias de privatização, formar mão de obra qualificada e barata pro mercado de trabalho, sem preocupação com a formação crítica, ou seja, uma formação contrária às necessidades estudantis, comprometida com uma universidade precarizada, sem democracia na gestão do processo educacional, com MUITA exploração das trabalhadoras e trabalhadores da educação. E tem estudantes que disputam eleições e ocupam entidades pra defender esses interesses, do governo e das reitorias. A Reitoria da UFES (como muitas em todo o Brasil) tem compromissos com o empresariado capixaba, com as elites e com a manutenção da universidade elitista que temos hoje.


Vou dar um exemplo prático de como operam na prática os interesses dos aliados da reitoria:

A POLÊMICA DO RU NA GREVE DE 2014

Não entrarei com profundidade no mérito da legitimidade das lutas do SINTUFES no ES e da FASUBRA no Brasil. Resumidamente, não estão nem pedindo aumento salarial, apenas cumprimento do acordo da greve de 2012, e questões relativas à melhoria da universidade brasileira (fim das terceirizações, 10% do PIB pra educação pública, condições de trabalho pros profissionais da educação e de estrutura pro ensino, etc.). A greve é uma forma de lutas legítima, e teremos oportunidade de conversar sobre isso aqui nesse fanzine, em um texto especificamente sobre essa forma de luta chamada GREVE!

Acontece que a greve tem dois níveis de luta e conquista: um nacional e outro na UFES. A nível nacional, a presidência, os ministérios do planejamento e da educação são os patrões, a nível de UFES o patrão é a reitoria. E a reitoria pode abrir um caminho de negociação (o que apressa a resolução do impasse da greve) ou não abrir diálogo. Pior do que isso, Reinaldo Centoducatte escolheu o caminho de enfrentamento indireto à greve. Como ele está fazendo isso?

Por um lado ele se recusa a negociar, tratando trabalhadores como lixo, e por outro ele utiliza como instrumentos de enfraquecimento da greve uma parte do DCE. Ou melhor, duas partes. As chapas Conecta e F5 estão ambas sentadas no colo de Reinaldinho, brigando entre si pra ver quem é mais oportunista (vou explicar esse OPORTUNISMO, calma!), e a reitoria está muito feliz com isso, afinal, Deus dá a cada ser humano duas pernas, tem uma pra cada chapa oportunista sentar. Os interesses da reitoria são CAMUFLADOS de interesses dos estudantes, e aí essas chapas fazem alvoroço se proclamando REPRESENTANTES DOS INTERESSES ESTUDANTIS. A minha tese é de que essas chapas NÃO REPRESENTAM os interesses estudantis, muito pelo contrário, elas estão defendendo o sistema, os interesses da reitoria, contrários aos interesses de TRANSFORMAÇÃO DA UNIVERSIDADE, buscando a qualidade e a democracia, ou seja, contrário aos interesses dos servidores (técnicos e professores) e dos estudantes.
SOBRE O OPORTUNISMO DOS REITORISTAS NO DCE UFES

Afirmo que são oportunistas esses setores, porque as figuras que detêm o poder dentro destes grupos, figuras dirigentes, defendem seus interesses políticos a qualquer custo, fazendo o que for mais oportuno pra ganhar o posto de número um no colo de Reinaldo. Você, estudante, que faz parte da Conecta ou da F5 e está lendo este texto, mas não se considera reitorista, eu acredito em você. O problema é que as pessoas que centralizam a definição da linha política nos grupos de vocês, essas sim, têm total noção de que são reitoristas, e eu gostaria que você refletisse o porquê de eles mentirem pra vocês que eles querem estar A SERVIÇO DO REITOR E NÃO DO ESTUDANTE. Você vai entender o motivo de eu estar escrevendo tudo isso.

O fato de os dirigentes dessas duas chapas mentirem, dentro das suas chapas, que são reitoristas, é uma prova desse oportunismo. O interesse é a próxima eleição. O RU é uma pauta de campanha. O objetivo deles é causar sensacionalismo e apelar para a fome dos estudantes, enfraquecendo a greve, e com isso ganhando mais apreço da reitoria. Se fortalecem politicamente aumentando o número de cargos no DCE e também se fortalecem politicamente aumentando a relação de aliança com quem manda na UFES (a reitoria).

Um grupo de estudantes com fome, querendo resolver a falta de comida durante a greve, puxou uma assembléia para debater a questão do restaurante universitário. Uma questão deve ser debatida em seu contexto, nesse caso, a universidade e a greve. A universidade não qual fica o restaurante em questão e a greve que parou o restaurante em questão. As pessoas dessas chapas oportunistas compraram a ideia de que o RU deveria ser discutido isoladamente do seu contexto, ao invés de ajudar o debate da assembleia a desvelar a verdadeira problemática do RU, que resolvesse os problemas dos estudantes, dos servidores, dos professores, da universidade, dos terceirizados que trabalham no RU, e da sociedade brasileira, que é em grande medida vitimizada com a precarização da universidade pública. Por que eles compraram essa ideia de que o RU deveria ser discutido desprezando o contexto. Primeiro porque queriam acusar a chapa cujos integrantes propuseram a contextualização, e transferir para os estudantes desinformados da realidade do DCE um ódio a essa chapa. O objetivo são as próximas eleições. Em segundo lugar porque sabiam que a reflexão sobre o contexto da universidade poderia convencer democraticamente no debate a maioria dos estudantes da tese que eu também defendo: A TESE DE QUE A FOME DOS ESTUDANTES DEVE SER TRATADA COMO CULPA DA REITORIA, E QUE DEVEMOS COBRAR URGENTE A RESOLUÇÃO DESTE E DE OUTROS PROBLEMAS.

Não tem ninguém neutro em relação à reitoria, nem ao governo, porque são órgãos que atingem diretamente nossas vidas. Ou estamos contra ou a favor. Os que dizem que não estão nem contra, nem a favor, estão na verdade a favor, e querem esconder isso de você. Quero chamar à reflexão sobre isso, porque diferenças políticas se resolvem no fraterno debate, mas oportunismo se resolve com denúncia.

Se você é estudante da UFES, não precisa concordar comigo, nem discordar de mim, mas leve esse debate para o seu curso e para o seu Centro ou Diretório Acadêmico. Quero provocar o debate coletivo sobre esse assunto, porque oportunistas só conseguem convencer as pessoas quando o debate democrático está vetado. Comparando as várias versões da história, a verdadeira versão sempre aparece!

No próximo texto responderei diretamente à pergunta que dá título a essa série de textos. Vou terminar esse texto começando a responder essa complexa pergunta. O texto acima serviu para dar elementos básicos para uma resposta qualificada e dialógica dessa pergunta.

O QUE LEVA ALGUNS ESTUDANTES A VIRAREM CAPACHOS DA REITORIA?

Eu parto do pressuposto que se um estudante luta contra os interesses dos estudantes, é porque ele tem outros interesses que para ele são colocados como interesses maiores. Estudantes defendendo o RU aberto como forma de assistência estudantil, e ignorando que muitos estudantes recebem migalhas da assistência estudantil porque a reitoria DESVIA NA TRAMÓIA metade das verbas da assistência estudantil para o RU, porque RU elege reitor, define publicidade política de pessoas que podem subir no organograma de cargos da UFES.

É exatamente essa a questão. Uma pessoa foge aos interesses dos estudantes quando visa a subir de nível nas relações de poder da universidade. É o Movimento Estudantil como escada, é um uso oportunista do movimento estudantil. Mas a resposta a esse tipo de prática oportunista deve ser o movimento estudantil autônomo, que luta para que os estudantes tenham mais poder na gestão da universidade, luta contra uma universidade antiquada e profundamente hierarquizada, onde o reitor é chamado de magnífico e o estudante espancado por defender direito a vivência na universidade. Onde uns são vândalos quando quebram portão e outros não o são quando quebram barracas, arrancam faixas de sindicatos.

O que leva alguns estudantes a virarem capachos, é o fato de eles acharem que a universidade está boa do jeito que está, então devemos tentar lidar com o modo normal de funcionamento dela, e nos conformar com o cotidiano, lutando apenas contra o que foge às regras. AS PRÓPRIAS REGRAS ESTÃO CONTRA OS ESTUDANTES, e se tudo na UFES está tão mal, o que me espanta é que a gente ainda não tenha parado TODO O RESTO DA UFES!

beijinhos de maracujá!

Primeiro rascunho (resumidíssimo) de roteiro para uma possível monografia!


A questão do uso problemático de drogas no Brasil e no mundo passa por um leque amplo de temas que pedem desvelamento. O primeiro deles é equalizar os ruídos na conceituação de drogas: o que seriam essas tais drogas? O segundo diz respeito aos limites do uso problemático, ao limiar entre o lícito e o ilícito, às várias formas possíveis de uso... Enfim, é um problema que se sustenta no primeiro, afinal formas variadas de uso de diversas drogas estão presentes em todas as formações sociais humanas, e isso precisa ser melhor entendido. Um terceiro tema remete às políticas sociais e de estado no que tange às drogas, por um lado a guerra às drogas e por outro as políticas de cuidado, são os dois grandes marcos conceituais deste terceiro tema. Um quarto tema é a forma como o Estado se organiza (o tema da burocracia), as múltiplas formas como as classes sociais se portam diante das políticas sobre drogas aplicadas por este estado, e as formas de a classe trabalhadora conferir rumo revolucionário para tais políticas. O quinto tema seria exatamente qual é esse rumo revolucionário. Por fim, a questão colocada no último e principal tema é em que medida a avaliação e controle destas políticas, em especial as de saúde, do eixo do cuidado diante do uso problemático, podem contribuir ou não para este rumo revolucionário. Aqui a intenção é pensar estratégias de avaliação e controle da implementação de tais políticas de saúde que tenham como protagonistas principais quem usa essas políticas e quem trabalha para que elas aconteçam. A noção de Poder Popular está norteando todo esse caminho.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

A máquina de lutas do Movimento Estudantil!


É um mundo tão difícil
de traduzir...
Se nem crisco agradou, por que eu, rampeiro,
invento de querer agradar
o mundo inteiro?

É um mundo tão difícil
de interagir...
Tanta informação,
tanto elemento,
que eu não consigo dar conta
(E ó que eu tento!),
Pra ver se sai legal,
ver qual é a saída,
mas no fim das contas só dá mau humor
e despedida...

Eu não sei o que eu sinto,
o que aconteceu,
só tô achando que deve ter algum erro meu...
Eu fico só caçando, caçando,
duma maneira tensa,
voltando às épocas em que meus poemas tinham reticência,
voltando às épocas em que freestile era a minha ciência,
voltando às épocas em que eu era do tipo que fala o que pensa...

Eu tô no rumo que eu tô,
e não é um rumo ruim,
tô na pegada do Sampaio: "ninguém vive por mim,
mas tem uma galera que eu amo,
que tá por aí
enquanto eu sigo meu destino
feito um menino
vadio, felino
(mas às vezes, bem canino,
me oferecendo, sendo
bobo, todo facinho)
faço meu caminho...

Nem parece que eu te amo,
parece que eu morri,
e que uma máquina oca de luta agora vive aqui,
e eu só fico lutando, lutando, feito um Bruce Lee,
eu não sei se eu quero ser esse cara
que já não faz mais você sorrir...

Eu só tô muito preocupado com um bagulho diferente,
de lutar pra fazer sorrir toda essa gente,
tem muito sangue escorrendo, enquanto eu fico apaixonado,
apaixonado,
apaixonado,
apaixonado,
apaixonado...

beijinhos de maracujá!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um poema incompleto!


Hoje eu não quero fila
Nem transcol lotado
Não quero dívidas,
E nem ser vitimado...

Hoje eu não tô disposto
A fazer nada ou fazer tudo
Tô cansado de falar
E de ser mudo

Eu quero pescoço
Colado no pescoço
Porque pele de pescoço
Adora pele de pescoço

Eu quero abraço apertado,
Eu quero beijo insurgente
Eu quero dente cravado
Na carne quente!

beijinhos de maracujá!

Como dar constância a um fanzine? (ou Sobre o Sentimento Ludista de Querer o Fim das Máquinas!)


Estou voltando a publicar no blog Artifício Socialista, depois de meses querendo publicar, mas não conseguindo executar a tarefa. Coisas a dizer, tinha mil, sentimentos reprimidos, um monte, motivações externas à escrita, infinitas, tanto gente querendo me ler (e até me cobrando) quanto coisas do mundo precisando ser denunciadas ou enaltecidas. Desde criança eu sempre acreditei que era precinecessário fazer fanzines, e desde a adolescência, quando comecei a ter contato com a internet, logo caí no mundo dos blogs, pra postar textos, poesias, pra exercitar a escrita, que me causa muito tesão, e reparei logo que aquilo ali era um mundo de fanzines virtuais.

A blogosfera (palavra feia pra designar uma parada mó maneira) precisa ser ocupada pela esquerda, cada vez mais. Individual e coletivamente. O texto fundacional deste fanzine aqui, já dizia que a intenção do blog Artifício Socialista era a de ser um instrumento para produzir desvios no rumo da sociedade humana. Blogs revolucionários. Mas também interesses pessoais, além dos interesses coletivos de combate à exploração e às opressões. Há o exercício da escrita, há o prazer de escrever, há a vaidade e a vontade de mostrar "o melhor e o pior de mim". O meu termômetro, o meu quilate.

"Ninguém vive por mim", diria Sérgio Sampaio. Sei que faço coisas que fazem mal a algumas pessoas, mas ninguém vive por mim. Aceito escutar algumas coisas, mas me dou o direito de que as pessoas escutem de volta algumas outras. Minha vida está uma loucura, um monte de loucuras amontoadas em cada uma das tretinhas que a compõem. E eu tenho detestado as máquinas, cada vez mais.

Não suporto mais computadores, celulares, caixas-eletrônicos, microondas, ônibus. Tô com vontade de sair quebrando tudo, há meses não suporto sentar por muito tempo na frente de um computador. Não leio direito meus e-mails, nem consigo acompanhar tudo nessa desgraça de facebook. Meu maior prazer na internet, que era escrever nesse blog, ficou por consequência prejudicado. Adoro escrever aqui, mas tô adoecido de ludismo.

Mas sinto muita necessidade de colocar essa arma de volta no campo de batalha, são muitas as lutas pra lutar, e com esse blog na ativa, eu luto melhor!

Tenho milhões de digressões a fazer sobre a burocracia e a democracia, sobre as lutas da juventude, da negritude, da saúde, do movimento estudantil, milhões de coisas sobre as drogas, sobre o sexo, sobre o Roque Enrow. Temos tantas lutas precisando ser gritadas, que esse fanzine tem que voltar à ativa!

Está entrando no ar, mais uma vez, o blog Artifício Socialista!

beijinhos de maracujá!