segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Uma coisa é certa: no meio de feras...


Não vou escrever um texto com ódio, vou escrever um texto com amor. Sobre amor. Vou falar sobre ódio agora no início porque é inevitável falar dele, já que pouquíssimas horas vivi uma situação que me deixou repleto de vontade de falar de ódio. Estava determinado a isso, estou repleto de um sentimento que me impele a isso, mas quero fazer diferente: vou usar todo o meu ódio contra o ódio e vou falar alegremente sobre amor.

Hoje colocarei cada coisinha em seu lugar, porque quero tudo arrumado ao meu redor, pra que eu me sinta aconchegado no mundo, e possa ser a pessoa mais feliz, com a carne mais macia e o sorriso mais amável, para cada uma das pessoas que eu amo. Quero ser tão cativante quanto um passarinho que canta um canto lindo pousado numa linda e frondosa árvore. Não é o mesmo canto que ele cantaria pousado num fio pendurado num poste. O canto seria lindo, e ele também, mas faltaria aquela parte do timbre que o galho sob as patas dá. Quero ser tão admirável como uma lua em céu estrelado, que até encantaria nos céus tímidos de uma cidade iluminada, mas que se mostra muito mais imperiosa e sensual compartilhando sua luz divina com a luz divina dum mar de estrelas. Lua se insinuando no céu estrelado do interior. Quero ser sereno e agradável como um banho de rio, naquela hora de boiar na água e sentir o som da natureza pelo lado de dentro da água. Porque até o banho de rio ou de mar fica mais gostoso ainda, quando o som que se escuta através da água não é o de gente, carros e avenidas, e sim o de folhas, pássaros e ventos. Quero ser agradável como uma carícia, e lhes fazer carícias. E minhas carícias serão muito mais gostosas se o mundo ao meu alcance me acariciar.

Depois de cuidar de mim (que é um primeiro jeito de cuidar de vocês), cuidarei de vocês. Quero mostrar com sinceridade e coragem o quanto tenho aqui de bem-querer. Quero lhes escrever poemas, lhes beijar as nádegas, lhes mostrar frios na barriga, ouvir sons belos com vocês. Ouvir sons belos. Que expressão de sonoridade divertida! "Ouvir sons belos"...

Vocês forjaram meu caminho, fazem parte dele, amor não se dá a qualquer pessoa. Não esse que sinto por vocês. Tem amor que é sincero, intenso, mas abstrato: ama-se muita gente, e por elas se dedica esforço, um exemplo é o amor de quem luta. Não de quem luta boxe, MMA, mas de quem luta por mudanças, de quem luta por transformação. É preciso ter por muita gente um amor profundo, mas que é um amor por tanta gente que não dá pra ser pra ninguém em concreto, e sim por todo mundo em abstrato. No entanto, vocês forjaram meu caminho de forma muito concreta, e ainda estão forjando: é isso que me faz amar vocês, desse jeito tão direto como eu lhes amo. É um amor surdo, mas que enxerga muito bem, e que só surge quando vê que se trata de uma companhia singular. Os nossos próximos passos vão dizer se esse tipo de amor, em mim, vai continuar querendo olhar na direção de vocês, mas como eu espero que vocês também tenham um amor desses aí, olhando pra mim.

Nesse momento, eram mãos como as suas que eu gostaria que estivessem segurando as minhas. Mas ao invés de falar da necessidade e da vontade de abraços, vou falar de medo: vocês não sabem o quanto me assusta o som dessa amor surdo que eu sinto.

Talvez se eu berrasse logo estes sons ininteligíveis, em palavras bem legíveis, eu não ficaria tão envoltos em palavras azuis sobre isso, e teria mais tempo pra ser pássaro, lua e mergulho. "Eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder, sem engano". Quanto engano está em ser insincero. Há tanta dúvida, tanta confusão, que eu acho muito melhor ficar ensaiando na frente do espelho um pouco mais de verdades sinceras, enquanto vou ganhando tempo com mentiras. Mas mentiras sinceras, que são as únicas que me interessam.
A vontade é de ficar enchendo este texto de verdades, mas tenho um bocado de coisinhas ao meu redor, pra arrumar. Pra deixar a minha carne tão macia e o meu sorriso tão amável quanto vocês merecem.

E cruzem logo meus caminhos, pra que eu lhes encha de enxurradas de verdades amorosas, porque se não vão ficar vindo em mim vontades de ódio que eu só vou esquecer com vontades de amor. Esquecer ou esconder, sei lá.

Mas cruzem meu caminho muito alertas, por favor, porque quem ama demais sem saber o valor do ódio e sem ficar alerta, se deixa engolir por falsos amores. E a minha sinceridade pode estar escondida em mentiras, mas não há falsidade alguma em meu amar. Então cruzem meu caminho sabendo a importância e o valor do ódio, sem de forma alguma deixar de ficar alertas. Mas cruzem meu caminho trazendo muito amor, que a gente vai ter muito pra trocar!

beijinhos de maracujá!

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