sábado, 28 de julho de 2012

O Amor Livre ensina!


Acreditem ou não, saibam: quanto mais livre o amor, maiores e mais lindas são as lições que surgem das relações regadas por este amor. Os amores estão por todo canto, são muitos. Guattari e Deleuze diria que são múltiplos. Gil diria que o mistério sempre há de pintar por aí. Milton diria que qualquer maneira de amor vale a pena. O que não vale não é amor. E o amor só vale a pena se for livre.

A gente cresce quando caminha junto, justamente porque quando estamos em solidão, podemos no máximo elaborar o que já trazemos conosco (o que é muito importante, e eu insisto que há certas faxinas que só se faz em solidão. Elaborar não é menos, de forma alguma...), mas quando podemos trocar, aprendemos coisas que não conseguiríamos sozinhos, e em breve estaremos conseguindo, e ensinamos coisas que as pessoas que caminham conosco só conseguiriam acompanhadas, e em breve não precisarão mais de nós pra conseguí-las, e esses aprendizados abrem caminhos pra que a gente, em companhia, consiga coisas que antes a gente não conseguia de forma alguma. Isso é vigotskiano: a gente se fortalece quando em boa companhia. É uma ótima lição: aprender a tirar bons aprendizados das companhias que nem são tão boas assim. Quando a gente aprende a fazer dos maus encontros, produtores de potência de vida (uma paradoxo para o espinosismo), a gente tira da vida muito mais do que o que ela está acostumada a nos oferecer, o que é um bom roubo da vida. Mas a gente se fortalece muito mais quando em boa companhia, e tem certo tipo de companhia que a gente pode chamar de amor. O único sentido que me faz concordar com o verso de Wave: "É impossível ser feliz sozinho".

Mas amor que é amor é livre. E a gente tem o amor que é possível nas nossas circunstâncias (o amor que a realidade objetiva nos oferece, que é o amor que nós arrancamos de nossa realidade objetiva). E a conjuntura atual, a atual condição do gênero humano, não nos oferece liberdade em nada, muito menos no amor. O amor tem que ser parcializado, alienado, incompleto, tem que ser impregnado de propriedade privada, de ciumes excessivos, de opressões e de exploração. Assim sendo, precisamos arrancar deste amor um amor outro, um que seja livre, um que nos fortaleça e que nos ajude a aprender.

Existe um mundo imenso pra mudar lá fora, e que bom que possamos experimentar a liberdade como espaço comum de exercício, pra que nossos corpos possam treinar para a luta. Poder respirar o mesmo ar e sentir o prazer de estar juntos, é o que nos permite aguentar a dureza da batalha na distância. Não importa onde estejamos: nós que aprendemos em boa companhia, nunca estaremos completamente em solidão. É bom que sejamos eu e você!

Estou escrevendo isso tudo pra tentar chamar atenção de mais gente pra isso: pessoas que querem lutar para transformar a sociedade, enxergam muito melhor o que está dando certo e o que precisa ser superado, quando experienciam na pele a liberdade que a gente quer inventar. O amor livre é mais do que apenas uma opção pessoal, é uma estratégia revolucionária. Afinal, não há socialismo, anarquismo ou qualquer outro anticapitalismo, se não existir companheirismo!

beijinhos de maracujá!

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