quinta-feira, 11 de junho de 2015

Não Quero Voltar Pra Caverna!




Não quero voltar pra dentro da caverna! Gosto do sol na minha pele! Mas há sentimentos que me guiam, eles são contraditórios e eu não tenho conseguido desobedecê-los, então eu sou uma bolinha de pingue pongue, pingue pongue, pingue pongue, no jogo de meus próprios sentimentos... A autonomização destes fenômenos, que deveriam se dar em mim (e não eu neles) é um desafio pra ciência, mas no momento eu estou tão à mercê que sequer estou sendo capaz de ser cientista! Não estou capaz de ser nada!


A caverna é um convite à ruptura completa e violenta com o mundo e com tudo que ele me pode oferecer, é a negação absoluta, guiada por sentimentos cuja natureza não domino, mas que agem como coquetel, e entre os quais estão a tristeza, o desânimo, a vergonha, a carência, a baixa auto-estima, uma série de outras coisas estranhas. Variam as doses!

Eu não sei muito bem quais são os meus sentimentos! Eu tô me perguntando se eu amo alguém! Até se eu me amo! Qual o caráter que o amor tomou? Será que eu achei esse tempo inteiro que amava e desde dezoito de fevereiro de mil novecentos e oitenta e oito eu nunca na vida soube sequer o que é a sensação verdadeira do amor? Estou em crise também com as minhas escolhas! Mas mesmo quando eu tinha certeza eu estava com essa crise aí, na verdade eu nunca tenho e nem quero saber se tenho certeza das minhas escolhas!

Eu também estou sem vontade alguma de cozinhar! Até roubei uma sardinha duma amiga, mas não sei bem o que fazer pra conseguir operar o fogão! Eu adoro cozinhar, sempre me faz bem, mas eu teria que cozinhar pra me sentir bem a ponto de ter ânimo pra cozinhar!

Eu não quero que o interjogo que me disputa resulte em meu encavernamento! Eu quero ver gente, estar feliz, fazer ciência e dissertação! Eu quero saber o que é o amor, e ser amado, e amar, e fazer amor! Eu quero querer isso! Mas não tô querendo!

Não me sinto mais em casa em Jardim da Penha! Toda vez que ando pelas ruas imagino "como seria essa situação se os justiceiros da patrulha do bairro estivessem aqui"? Me incomoda o modo como pedestres e motoristas reagem à minha existência quando eu passo! Não consigo mais ignorar como fazia antes! O Centro de Vitória tem escrotidões, mas ontem de manhã e no início da tarde dei um rolé por lá, e foi a sensação de "É melhor estar fora da caverna!"... Feu Rosa também não é um lugar perfeito, não tô querendo romantizar Feu Rosa, mas é muito mais gostoso de andar pelas ruas, de ver as pessoas, de ser visto por elas, e as coisas são MUITO MAIS BARATAS! Como é caro viver aqui neste lugar!

E a concentração? Esse Salama, esse Borón, esse Portelli, esse Mandel, esse monte de homem branco que eu tenho que fichar, e a minha mente divaga, viaja! Eu quero escrever poema, eu quero escrever no blog, eu quero fazer vídeos que nem aquela Jout Jout, eu quero ser bajulado e bajular, eu quero trocar carícias e ouvir muita música! Mas eu tenho que me concentrar! O valor em Marx, o controle em Mészáros! E ficar na caverna é lutar contra o TDAH, essa doença inventada! Oh! Tem doença mental que não seja inventada?

Não sei, vamos ver?

Tô entre a maconha e a ritalina! E as pessoas ao meu redor são mais boladas de eu usar ritalina do que cannabis! Mas eu tô sem vontade de música, de fichamento, de sexo, de maconha, de nada! Nem de ficar sem vontade eu tô com vontade! Nem com vontade de caverna eu estou!

ALGUÉM ME TIRE DAQUIIIIIIII!!!!!!! (dizia alguém da TV Colosso)

beijinhos de maracujá!

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