segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Por que somos CALPSI? Por que fazemos movimento estudantil?



Por que somos CALPSI? Por que fazemos movimento estudantil? Sei que muitas pessoas se fazem essas perguntas, a primeira lá onde eu estudo, e a segunda no mundo inteiro. Como o movimento estudantil tem agitado o mundo inteiro já faz muito tempo, e não vai parar de agitar, pensei em escrever um texto pra ajudar as pessoas que querem, no mínimo, entender porque eu e outras pessoas participamos do CALPSI-UFES, e acho que a melhor forma de responder a essas perguntas é buscando o que nós, que participamos do CALPSI, temos em comum:



- Somos estudantes de psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo
- Achamos que somos mais fortes quando nos juntamos do que se cada pessoa fizer a sua parte em separado, e achamos que as nossas idéias fazem cada vez mais sentido e ajudam a solucionar os problemas que enfrentamos com cada vez mais coerência, se compartilharmos nossas idéias e nos posicionarmos junto. 
- Achamos que a posição de um grupo tem mais voz do que várias posições fragmentadas, e achamos que esse grupo fica ainda mais forte quando sua posição não nasce do silenciamento das várias vozes de seus membros, e sim da construção em unidade, respeitando as diferenças, às vezes por consenso, às vezes por uma fraterna disputa de idéias, na qual cada pessoa pode aprender com as posições diferentes das suas, e todo mundo avança junto.
- Achamos que a liberdade é importante, e que vale a pena lutar por ela. Somos contra qualquer forma de racismo, de machismo e de homofobia. Queremos que todas as pessoas, no curso de psicologia da UFES e em toda a sociedade, tenham direitos iguais, e tenham suas diferenças respeitadas.
- Lutamos por uma educação que não sirva apenas para nos dar diplomas de psicologia e para nos colocar no mercado de trabalho, repetindo o que nos foi ensinado em sala de aula. Lutamos por uma educação que forme seres humanos críticos, ativos e transformadores, por uma educação que emancipe, que nos ajude a entender a sociedade em que vivemos, a questionar o que parece óbvio nela, e a mudar o que causa a desigualdade, o desrespeito às diferenças e a limitação das liberdades.
- Achamos que a cultura é importante, assim como o lazer, o prazer, a alegria, a arte, a criatividade, e outras atividades deste tipo, e queremos que, dentro da UFES e em toda a sociedade, essas coisas sejam garantidas. Queremos criar territórios de liberdade, e lutamos por condições de vida que incentivem mais a invenção, e não apenas a mera repetição do que já está dado.
- Somos contra as regras que retiram liberdades, que oprimem, e que não abrem espaço para discussão, como se fossem óbvias e não pudessem ser mudadas. Gostamos de mudar regras deste tipo.
- Erramos muito, e não temos medo de errar, assim como não temos medo de admitir que erramos, quando percebemos isso, e de tentar de novo, depois de aprender as lições que o erro nos deixa. Não concordamos com a leitura moral do erro como algo a ser punido, nem com a perseguição a quem erra. Defendemos o direito de errar, e por sermos um coletivo, nos ajudamos mutuamente a perceber quando erramos, porque essa é a melhor forma de não permanecer no erro.
- Achamos que universidade não é professor que sabe e aluno que obedece. Estudante, para nós, é protagonista do ensino, junto com o corpo docente, e sabemos que qualquer educação que ignora a voz estudantil já está fracassada antes de mais nada.
- Por causa de tudo que foi dito acima, achamos importante o movimento estudantil, e fazemos parte dele. Queremos que ele seja forte e livre, não só na psicologia da UFES, mas em todo lugar, e tentamos sempre que possível lutar em unidade com outros grupos que também querem construir um movimento estudantil assim.
- Queremos que cada estudante do curso de psicologia da UFES possa opinar em nossas reuniões, em nossas assembléias, em nossa sede, em nossos eventos, em nossos meios de comunicação. Achamos que o movimento estudantil deve sempre buscar a base, ou seja, os indivíduos que são básicos para que nosso grupo tenha motivo de existir, os estudantes. Buscamos cada vez mais, mesmo que algumas vezes com erros, outras vezes com dificuldades e limitações das nossas condições, aproximar todas e todos no nosso curso, e nos demais cursos de psicologia do Espírito Santo e do Brasil, e nos demais cursos da UFES e de todas as universidades.
- Por causa de tudo isso aí, militamos no movimento estudantil, mas também nos unimos por outros motivos, também explicados acima, como a amizade, a diversão e a troca de conhecimento.



Aposto que muita gente tinha certeza que conhecia bem o CALPSI, mas não sabia essas coisas. Mas aposto também que todo mundo que participa dele, sabe muito bem e diria tudo isso que eu disse de forma muito melhor!

Para quem estuda na psicologia da UFES, faço um convite pra se aproximar do CA e ir descobrindo aos poucos essas e outras coisas, viver essa experiência coletiva conosco.

Para quem estuda em outros lugares, convido a procurar os CA's ou DA's de seus cursos e: 1) se eles também forem assim, fortalecer ainda mais essa luta; 2) se eles não forem assim, lutar com outros colegas para que se tornem assim e venham pra luta; 3) se eles ainda não existirem, criar uma entidade de base, um CA ou DA, e aumentar esse importante movimento social que é o movimento estudantil.
Para quem não estuda (e também para quem estuda), faço outro convite: fortalecer a luta popular e os movimentos sociais. O movimento estudantil é apenas um deles, mas há muitos outros, e todos eles podem se unir, porque há um interesse comum a todos eles, que é acabar com essa sociedade de opressão e desigualdade, e construir uma sociedade de liberdade. Espero que esse convite reverbere, ecoe, e que toque muita gente!

"Nas ruas, nas praças
Da luta não fugiu!
Aqui está presente
O movimento estudantil!"


beijinhos de maracujá!

7 comentários:

  1. oq significa beijos de maracujá?

    beijinhos de ayawasca!

    ResponderExcluir
  2. José Anésio,
    me desculpe mas você deveria voltar para o ensino fundamental. Você escreve muito mal.
    Enquanto ao teor do texto, até que você pensou em coisas relevantes, porém suas atitudes, e do PSOL como um todo, te desabonam totalmente de escrever algo do tipo.
    Pessoas como você, Vitor César, Midiã, Rafael Caetano, Ricardo Nespoli, etc. são pessoas que atuam deslegitimando o movimento estudantil, através de praticas sujas e que vão contra qualquer luta por uma educação melhor. Aliás, como os indivíduos citados acima, você e eles estão na UFES apenas para operar as sujeiras do ME. Do mesmo modo, vocês continuam na UFES sem a preocupação de se formar ou estudar de fato apenas no ócio, prejudicando outras pessoas que lutam por uma oportunidade de ingressar na Universidade.
    Deixe aqui, através desse desabafo, um sentimento de repúdio para com as atitudes pessoais DOS integrantes do PSOL na UFES, eu me filiei ao PSOL através do ME, porém atitudes como essas de hoje em dia me fizeram repensar minha atuação e me retirar da militância do ME.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. (parte I)

      Eu não sei quem escreveu isso: a covardia anônima é um direito dos internautas, e inclusive eu autorizo isso quando libero comentários anônimos neste blog. Mas acho que mesmo sendo um texto sem coragem, e com intenção de caluniar, merece uma resposta.

      Alguém que escreve "enquanto ao teor do texto", vem falar em escrever mal? Acho que a escrita com equívoco não deve ser demonizada de maneira elitizada, como você fez de forma tão mesquinha, mas se for pra usar dessa técnica baixa de calúnia, ao menos escreva direito.

      Não posso falar sobre a vida de nenhum de meus companheiros que você citou. Deixo a eles a resposta e me contento a falar da minha: você com certeza não sabe o que eu passo nesse curso de psicologia, pra me formar. Tenho sim um ano de atraso, que são direito meu como estudante da UFES. Meu curso dura cinco anos, mas posso adiantar o curso e formar em quatro anos e meio, ou atrasá-lo e formar em até nove anos. Tive problemas pessoais no curso, priorizei coisas para aperfeiçoar minha formação diante das minhas possibilidades, peguei menos matérias em alguns semestres e atrasei o curso em um ano. Estou chegando ao final de meu curso, e durante todos esses anos exerci diversas atividades profissionais em projetos de pesquisa e de extensão, como graduando. Tenho disciplinas em que reprovei e outras em que tive nota máxima, como várias e vários estudantes no meu curso, na UFES e no Brasil. Não sou do tipo de estudante que fica só indo da UFES pra casa e de casa pra UFES como se fosse uma escola. Acho triste que isso ocorra, mas esse ideal escolar de universidade é o mais incentivado, na busca por diplomas, inclusive você usa implicitamente esse discurso na sua tentativa de me caluniar. E eu luto no movimento estudantil, junto com minhas e meus camaradas, inclusive para que esses estudantes tenham o direito de fazer esse uso da universidade. Mas luto por uma universidade que não seja pautada apenas nesta forma de uso dela, que permita uma diversidade de formas de ser estudantes. Tenho ótimas e ótimos colegas de curso que fazem nada mais do que ir à sala de aula. Não quiseram ter experiências de pesquisa, como eu, nem de extensão, como eu, nem de movimento estudantil, como eu, nem de atividades culturais, como eu, nem de ócio, como eu. E tenho pessoas que não eram tão megalomaníacas como eu, mas que fizeram uma ou outra dessas atividades. Tem gente que não participa de quase nada no meu curso, mas faz parte do CALPSI. Mas a grande maioria das pessoas do CALPSI são estudantes com participação ativa nos projetos de extensão e pesquisa do curso, e na sala de aula muitos são bons em nota e em presença, outros não, mas a grande maioria, acima do rendimento institucionalmente demandado, tem algo muito mais importante: participam das aulas com senso crítico.

      Conheço grandes profissionais que se formaram no CALPSI, estão hoje trabalhando como psicólogas e psicólogos em vários cantos do ES e do Brasil, algumas dessas pessoas hoje estão dando aulas em faculdades particulares, e uma quantidade considerável do corpo docente da psicologia da UFES foi do CALPSI ou de CA's em suas universidades de origem.

      (continua)

      Excluir
    2. (Parte II)

      Sobre o PSOL, que pelo que eu vejo é a sua principal mágoa: tenho orgulho de ser PSOL, e milito todos os dias para que ele se torne um partido ainda melhor do que é hoje. Até que você mostre a cara, eu me recuso a acreditar que você foi do PSOL de verdade. Deve ser militante do PT ou algo do tipo, pelo tipo de calúnia ao PSOL que tentou, tem interesse em atacar o partido na UFES por algum motivo. Mas posso estar enganado, teria mais chances de acertar se sua covardia permitisse, mas ela não permite. Se você está falando a verdade, e de fato foi do PSOL, acho uma pena que não tenha encontrado dentro do partido uma corrente coerente, que sustentasse a sua militância, que te desse formação para compreender as contradições da militância e de ser agente de superação dessas contradições. Eu tive essa "sorte" e por isso não caio na postura lamentável de abandonar a militância apenas por questões pessoais.

      Quer dizer, se você tem algo além de questões pessoais, não ficou muito claro pra mim, no seu texto, não deu pra entender quais são essas sujeiras que nós do PSOL operamos, quais atitudes pessoais DOS integrantes do PSOL te fizeram repensar sua atuação, etc.

      Gostaria muito de ter uma conversa decente contigo, sem precisar escrever neste tom. Mas você não me deu oportunidade.

      O mais coerente a fazer seria apagar esse seu comentário mesquinho e bloquear comentários anônimos, mas se você não é um fake oportunista que eu acredito que você é, merecia uma resposta.

      Se quiser conversar de verdade sobre o assunto, meu e-mail é joseaneziofernandes@gmail.com

      Se quiser só me caluniar no meu blog, comente abaixo que eu respondo com prazer. Tantos anos estudando psicologia me deram instrumental de sobra pra lidar com a mesquinhez humana, principalmente quando ela se manifesta nesta forma primária e ingênua que você expressou!

      beijinhos de maracujá!

      Excluir
  3. Eu realmente não deveria ter escrito que vc "deveria voltar para o ensino", por isso peço desculpas. No entanto, continuo afirmando que de fato para mim o seu texto, o qual eu havia comentado, está mal escrito.
    Reafirmo, sou filiado ao PSOL, e continuo filiado pois acredito na ideologia do partido. Porém, deixei a militância justamente por discordar das atitudes sujas que muitas vezes vi o PSOL fazer dentro da UFES. Não milito mais por atitudes dessas pessoas que se fazem trabalhadoras do movimento estudantil - digo trabalho não no sentido enaltecedor da palavra- ficam na UFES no ócio enquanto seus pais ricos bancam suas estadias na universidade, não sei se é seu caso, mas é isso que acontece com a maioria dos militantes do PSOL da UFES.
    Novamente vou comentar como anônimo, não por covardia, mas sim pelas situações que vi vocês do PSOL fazerem, e essas se quer valem pena conversar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então, se você é de fato, filiado ao PSOL, mas abandonou a militância, eu acho isso uma pena, porque temos trabalhado muito para que o PSOL seja um partido diferente dos partidos tradicionais (onde o filiado apenas vota em congressos e pode sair candidato em eleições). Faço parte do setor do PSOL que quer que o partido exista no cotidiano da militância de cada filiada e filiado, já que essa militância é que vai construir uma política feita pelas bases do partido, e não por seus caciques. Nos partidos tradicionais é assim, filiado apenas concorda ideologicamente, e nos congressos vai votar se quem manda é o cacique X ou o cacique Y, mas no PSOL não é assim, e inclusive se você e eu somos filiados ao mesmo partido, você pode fazer dentro das instâncias do PSOL a crítica às minhas atitudes que você discorda, e eu posso me defender, ou fazer a auto-crítica e tentar mudá-las. Inclusive, já que você não quer fazer as críticas em público, tenho um pedido a te fazer: entre em contato privadamente e marque uma conversa, te garanto que se você não vier com hostilidade, não responderei com hostilidade, pelo contrário, receberei as críticas de braços abertos, e saberei reconhecer todas as que forem pertinentes. E se discordar de alguma crítica, direi respeitosamente. Acho que isso tem mais chance de efetuar alguma mudança do que postagens anônimas nos comentários de um blog.

      E eu fui, em parte da minha graduação, completamente sustentado por meus pais, que não são ricos (meu pai trabalha de pedreiro autônomo e minha mãe está desempregada). Hoje eles não bancam mais minha estadia, eu revendo bombons caseiros pra bancar meu último ano de estudos. E se existem estudantes ricos que ao invés de apenas buscar seu diploma e cuidar do próprio umbigo, dedicam tempo a militar no ME, eu fico muito feliz, ainda mais se forem militantes socialistas. No entanto, eu não entendo por que você iguala a militância no ME a ócio. Você sabe o quanto os vários coletivos da esquerda estudantil brigam entre si, mas a verdadeira esquerda combativa tem uma coisa em comum: a gente dedica nosso tempo, que poderia ser exclusivo de estudo, mas é dividido com a militância, pra ajudar estudantes de vários cursos, dos quatro campi, e ainda de faculdades particulares da Grande Vitória e do interior do ES, a criar seus CA's, lutar contra o autoritarismo de certos docentes, por condições de qualidade para seus estudos, condições de pesquisa e extensão, ainda participamos de lutas por transporte de qualidade, contra o machismo, o racismo e a homofobia. É impossível que isso tudo seja ócio.

      E além disso, acho que momentos de ócio são um direito de todas e todos estudantes e seres humanos. Ficar apenas bitolando no trabalho, no estudo e/ou na militância é desumano. Criminalizar o ócio é uma atitude destoante de quem tem afinidade ideológica com o PSOL, um partido que luta em todo o país para que a universidade brasileira deixe de ser elitizada, tenha vagas para todas e todos, e não apenas para uma minoria. Isso é muito melhor do que defender que o estudante que rala DUAS VEZES, para estudar e para militar, está ocupando as vagas do estudante que apenas estuda.

      Gostaria muito que você conseguisse transformar as suas discordâncias da militância em incentivo a agir para mudá-la, e não em paralisia. O mundo em que vivemos está errado demais, para que as pessoas que estão insatisfeitas se paralizem.

      Aguardo contato!

      beijinhos de maracujá!

      Excluir