Vamos fazer uma baguncinha por aí?
Sair pela cidade, fazendo nossos corpos serem bombardeados por suas paisagens e suas paisagens serem bombardeadas pelos nossos corpos. Um urbanismo que conta com o fator humano, ou mais do que isso, que conta com as vidas humanas, com os corpos humanos. Em movimento. Em alegria. Ou até em tristeza, quem sabe? Um urbanismo que conta com o inusitado, com seres que não apenas transitam pela cidade, mas fazem turismo nela. Que a povoam não apenas como classe alienada indo de suas casas às casas de sua exploração, mas como tentativa de plenitude, que usam a cidade no seu mais louco extremo: seres que passeiam.
Vamos passear por aí? Nos perder um pouquinho, e depois nos encontrar no miolo do mundo. Nas ruas, nas praças, onde está presente o mais intenso de todos os movimentos, onde a vida não é domesticada, e os hábitos não se descrevem em cartilhas de etiqueta. Vamos tocar violão na beira da praia, olhando a lua, vamos degustar a bela formação rochosa do outro lado do canal, com sua vegetação de enfeite, vamos pedalar pelas ruas da cidade, perigosamente despreparadas para qualquer meio de transporte que não seja carro. E por falar em meios de transporte, vamos ficar olhando aviões voar, e não acreditando que algo tão pesado pode estar deslizando nos céus. E pode passar tão perto dos nossos filhotes de arranha-céus.
Hoje é um dia de reinício. Muito movimento humano que havia pausado por instantes, hoje começa a se redelinear. Vamos nos reencontrar, beijinhos no rosto, piadinhas antigas e novas, matar saudades, contar novidades, planejar as nossas farrinhas. E é aí que o bicho pega!
Essa cidade tá tranquila demais. E nossos peitos, profundamente intranquilos. Precisamos nos reanimar, como há anos essa cidade não vê tanta gente do submundo animada. Vamos fazer as ruas se sentirem vivas, desacostumar os olhos acomodados, descansados da alegria que outrora povoou todos os cantos desta urbe. Vamos tomar as ruas, tomar as ruas de alegria, de uma alegria andarilha e pouco convencional. Vamos fazer nossa cidade admitir que fica muito mais sensual quando a estamos fazendo pulsar, quando causamos em suas madrugadas, ou em suas tardes. Ou a qualquer hora do dia.
A qualquer hora, do dia ou da noite, nos encontramos aí, porque estaremos por todo canto, na cidade inteira, fazendo deliciosas bagunças. Desacostumando a idéia de que essa é uma cidade comportada. Porque no fundo essa cidade tem saudade da época em que era natural nos encontrar por aí... Bagunçando...
E como eu já disse outra vez: baratas saiam dos bueiros! Tomemos as praças, tomemos as ruas, e façamos o mais intenso dos movimentos: O movimento da vida livre e prazerosa!
Beijinhos de maracujá!
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