domingo, 5 de maio de 2013

Corpinho Violão


Não precisa de muita coisa, basta um violão!

Seria legal se tivesse uma bandinha muito esperta, sagaz e louca, junto, fazendo umas turbinagens, uns funks, uns rock'n'rois... Mas só com um violão, já dá pra fazer um estrago tremendo. Ele é uma arma, e com ele dá pra colocar em xeque muita coisa, e muitas delas em xeque mate.

Em primeiro lugar, ser feliz. Tocar violão é bom, e a vida hoje está uma merda nessa cidade feita pra máquinas que andam sobre rodas, e para moedas e notas. Assim sendo, temperar a vida com canção é sempre bom, colocar os dedos para doerem. Por que é que não se toca violão nas praças públicas? Por que é que não se ocupa as praças públicas com violões? Na fila do banco não dá, mas na do terminal, sim. E acho, de verdade, que isso precisa ser feito. Em primeiro lugar, está faltando música, não só para quem ouve, mas para quem faz. Fazemos música para ser felizes, e sendo felizes, sentimos vontade de espalhar felicidade pelo mundo. Sentimos assim, vontade de transformá-lo. Ser feliz.

Em segundo lugar, amor. Música é amor, quem está fazendo música está amando, e se quem está escutando, também se conecta ao fazer de quem está sendo feliz fazendo música, também está amando. Toda relação mediada pela música é uma relação de amor. Ou de luta, mas isso é daqui a pouco, e além disso, quem disse que amor e luta não têm tudo a ver? Faz sentido viver quando há música por perto, quem nunca quis levar pra cama uma Nara leão, um Sérgio Sampaio, um Paul McCartney ou uma Marisa Monte? De noite na cama, eu fico pensando... Acho apropriado colocar a importância da música nos rituais de acasalamento de seres humanos. Somos como passarinhos, que cantamos para demarcar terreno, e para convidar nossos pares românticos para fazer filhotinhos. Ou ao menos para fazer o que se faz para fazer filhotinhos. E eu acho que tá precisando de muito mais músicas, pra chamar as pessoas pra fazer filhotinhos a dois, a três, a quatro, a cinco. Entendo a importância do sexo a dois, mas não existe outro motivo para uma incidência tão baixa de práticas grupais no sentido carnal do amor, que não seja a falta de mais pessoas musicando seus cotidianos. Quem ama musica.

Em terceiro lugar, luta. Música é agressão. Se eu quero te dar um recado, ou seja, te dar um tapa na cara, eu preciso ter no meu repertório, músicas para dar tapa. Se eu quero destruir um exercito inteiro, preciso lançar mão daquele setor do meu repertório onde estão as músicas que não se toca a todo momento, só nas guerras mais sangrentas. Música é violência. Violência necessária, violência de não passividade. Pessoas passivas não fazem música, pessoas passivas escutam música e reclamam, porque a música provoca nelas uma vontade imensa de sair da passividade, e a resistência à mudança é o principal inimigo de toda e qualquer pessoa humana sobre a face da terra que use as duas mãos e faça acordes. Para fazer a revolução, para tomar o poder, para que o feminismo vire parte fundante de todas as culturas humanas e para que todas as drogas sejam legalizadas, fazer música é urgente e indispensável.

Assim sendo, quero parcerias na luta, no amor e na felicidade. Pessoas que fazem música, saiam dos bueiros, não tenham medo de ser como eu sou e não tenho medo de ser, irmãs. Música, irmãos, música!

beijinhos de maracujá!

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